Niterói

Niterói

quarta-feira, 20 de março de 2013

Reitor da Universidade Federal Fluminense pede socorro ao Estado

Por: Sidney Pereira e Patrícia Fahlbusch 


Comandante da Polícia Militar e chefe de Polícia Civil são enviados a Niterói para conter violência no entorno da UFF. Último caso aconteceu com estudante de economia


Criminosos armados têm atacado estudantes dos campi da Universidade Federal Fluminense e gerado pânico entre a comunidade universitária, que exige mais policiamento. Foto: Débora Nunes
Criminosos armados têm atacado estudantes dos campi da Universidade Federal Fluminense e gerado pânico entre a comunidade universitária, que exige mais policiamento. Foto: Débora Nunes

A onda de violência que ronda os campi da Universidade Federal Fluminense (UFF) levou o governador Sérgio Cabral a enviar a Niterói a cúpula da Secretaria Estadual de Segurança. Segundo o reitor, Roberto Salles, amanhã ele recebe o comandante-geral da PM, coronel Eri Ribeiro, de quem pretende cobrar mais efetivo para o 12º BPM (Niterói). No próximo dia 27, a delegada chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, virá conhecer pessoalmente as áreas consideradas mais críticas, inclusive onde uma estudante de economia foi atacada na última quarta-feira por bandidos armados, que tentaram estuprá-la. 
“Eu já entrei em contato com ela [a estudante] através de um e-mail, no qual explico que estamos muito preocupados com a realidade que os estudantes estão enfrentando na Universidade, e, sobretudo, que estamos muito preocupados com a saúde dela”, disse Salles, que na última terça-feira procurou Sérgio Cabral, por telefone: “Conversei com o governador e ele se mostrou muito preocupado com a nossa realidade. Ele me colocou em contato com a chefe da Polícia Civil e com o comandante geral da PM. Nesta quinta-feira eu estarei reunido com o coronel, na reitoria da UFF, para elaborarmos uma solução emergencial para este problema da insegurança dos universitários. No dia 27, a delegada Martha Rocha estará aqui para conhecer as ruas onde ocorrem os casos de violências mais frequentes. Ela poderá conversar com os estudantes e professores daqui, com o objetivo de registrar as principais demandas enfrentadas por todos”, informou Salles.
O reitor também contou que já procurou o comandante do Batalhão de Niterói e disse que ele prometeu tomar providências contra a onda de violência: “Tenho uma grande parceria com o coronel Wolney Dias, e ele já aumentou o policiamento. Mas sei que o Batalhão de Niterói enfrenta problemas para cuidar da cidade com baixo efetivo”, disse.
De acordo com Roberto Salles, os crimes costumam ocorrer em pontos específicos, como na Rua Passo da Pátria, onde estão os cursos das engenharias; na Rua Presidente Pedreira (Faculdade de Direito); na Rua Professor Hernani Pires de Melo (Instituto Biomédico); na Rua Tiradentes (Economia) e na Rua Lara Vilela (Instituto de Arte e Comunicação Social). “Eu acredito que os autores dos atos de violência são originários do Rio de Janeiro, fugindo da opressão policial, sobretudo com o aumento das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras)”, disse o reitor, que já havia instalado câmeras de segurança nos campi para inibir os crimes e comprado ônibus para fazer o transporte seguro de estudantes entre os campi e os terminais de ônibus e barcas.

Prefeitura vai melhorar iluminação no entorno dos campi
Para contribuir com a redução da insegurança entre os universitários, a Prefeitura de Niterói informou ontem que já está promovendo a troca de luminárias dos postes nas ruas ao redor da UFF. Segundo estudantes, a iluminação precária tem facilitado a ação de criminosos, que agem principalmente à noite.
O estudante Roney Mendes Vieira contou que há duas semanas foi abordado, com outros três colegas, na saída da universidade, às 22h, por dois homens armados em uma moto. A dupla usava capacetes para dificultar o reconhecimento.
“Entreguei minha mochila com tudo meu dentro, material da faculdade, óculos, carteira, celular. Meus amigos também tiveram pertences levados. Na delegacia encontramos com outro grupo, três moças e um rapaz, que também foi roubado pela dupla de ladrões. Uma das vítimas teve o lap top levado”.
Outro aluno, Paulo Macedo, reclamou que há algum tempo não são vistas viaturas da PM fazendo rondas no local: “Muitos alunos têm que andar até a estação das barcas, ou pontos de ônibus, e ficam expostos à criminalidade. 
O comandante Wolney Dias argumenta que já colocou mais homens no entorno dos campi da UFF: “Os nossos policiais já estão em um número bem maior em todas as ruas, que circundam a UFF. E pretendemos diminuir os números dos registros policiais entre os universitários e também os moradores da vizinhança”, declarou.
Crime – Na semana passada uma universitária do curso de Economia sofreu um sequestro-relâmpago. Ela foi atacada por dois homens quando saía da faculdade e se dirigia para o carro dela, parado na Rua Tiradentes, no Ingá. Os bandidos tentaram violentar a estudante, mas não conseguiram. Ela foi deixada por eles num acesso ao Morro do Cavalão, em Icaraí. Segundo o delegado que investiga o caso, Mario Luiz da Silva, titular da 77ª DP (Icaraí), a vítima está em choque e, muito abalada, ainda não prestou depoimento.


terça-feira, 12 de março de 2013

Cine Icaraí, desativado desde 2005, já tem um projeto vencedor

Universidade Federal Fluminense divulga proposta que servirá de base para a contratação do projeto que irá renovar arquitetonicamente o edifício, que é tombado


A Universidade Federal Fluminense (UFF) divulgou ontem o projeto vencedor do concurso de ideias para recuperação e revitalização arquitetônica do prédio do Cinema Icaraí. A proposta vencedora servirá de base para contratação do projeto arquitetônico do edifício. O prédio é tombado pela Prefeitura de Niterói e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e uma das poucas construções no estilo art-déco na cidade. O local parou de funcionar em 2005 e passou para administração da UFF no ano passado.
O reitor da Universidade, Roberto Salles, não quis adiantar um prazo para conclusão das obras. De acordo com ele, o próximo passo é buscar aporte financeiro para iniciar a revitalização. Ele adianta que já foi feito um plano de negócios, que será apresentado aos ministérios da Educação e da Cultura, à Petrobras, e a outras empresas.
“Iremos apresentar o projeto nos termos dos recursos para podermos licitar a obra. Posso garantir que, seguindo a Lei de Licitações, vamos levar no mínimo seis meses antes de iniciar a obra”, afirma.
Salles calcula que as obras devam custar pelo menos R$ 45 milhões. O grupo vencedor é composto por estudantes da UFF e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A ideia vencedora foi elaborada pelos estudantes Bruno Amadei Machado, David Baptista Lima de Mendonça, Lívia Borges Romariz, Natália Asfora Moutinho e Raissa Macedo Gerheim. O quinteto diz que uma das prioridades foi elaborar um projeto que pudesse “se bancar”.
“O edital do concurso previa o caráter autofinanciável do edifício. Para tanto, o edifício conta com espaço empresarial, restaurante, pequena livraria e cafeteria. Idealizamos também um pátio na cobertura para abrigar atividades temporárias que possam contribuir para o funcionamento do espaço”, afirmou o grupo de estudantes.
Um pátio na cobertura vai abrigar atividades temporárias.
Foto: Divulgação
O quinteto trabalhou sob orientação da professora Rosina Trevisan Martins Ribeiro, com a coorientação de Andrés Martín Pássaro e a consultoria de Maria Lygia Alves de Niemeyer e Patrizia Di Trapano. De acordo os estudantes, o edifício contará com quatro pavimentos abertos ao público e pequeno subsolo técnico. A sala de cinema poderá receber também concertos e conferências, bem como apresentações de dança. 
“Optamos por reafirmar a centralidade da sala de cinema no conjunto ao propor distintas atividades neste mesmo espaço. No último pavimento, há uma sala para o corpo de ballet, que contará com área para pequenas apresentações, que podem ser expandidas para o pátio externo, grande área central ao ar livre”, explicou.
As maiores alterações, explica o quinteto, foram feitas nos pavimentos superiores, que inicialmente abrigariam habitações. No térreo e na sala de cinema, as intervenções foram menores, com o objetivo de receber as novas instalações técnicas de palco, backstage, plateia, e acessibilidade.
“Buscamos preservar a ambiência da sala de cinema, em nível de revestimentos e geometria da plateia e do palco. A fachada não sofreu qualquer alteração”, concluiu o quinteto.
 Por: Bruno UchoâO FLUMINENSE

domingo, 10 de março de 2013

Verba federal para ciclovia com três quilômetros de extensão em Niterói

Deputado Rodrigo Maia garante repasse de R$ 908,5 mil para projeto em Icaraí, que começa a partir de região onde fica prédio da UFF até a Estrada Fróes, no fim da Praia

O bairro de Icaraí, na Zona Sul de Niterói, deverá ganhar nos próximos meses uma ciclovia com cerca de três quilômetros de extensão. O projeto poderá ser viabilizado graças a uma emenda parlamentar do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), que disponibilizou um repasse de R$ 908,5 mil para execução da proposta.
“A construção da ciclovia trará como benefício o aumento do número de ciclistas (...), a maior mobilidade em bicicleta entre o bairro Icaraí e São Francisco e a potencialização do uso da infraestrutura já existente (ciclofaixa da Estrada Froes)”, sustentou o parlamentar na justificativa da proposição.
“Pretende-se a redução do número de viagens motorizadas e (...) das emissões de gases de efeito estufa. O público alvo são estudantes (…) e moradores (...). A implantação da ciclovia, melhoria na iluminação e da infraestrutura urbana proporcionará melhor qualidade de vida aos cidadãos”, acrescentou Maia.
Pelo projeto, a ciclovia interligará a Estrada Froes até a Universidade Federal Fluminense (UFF), no entroncamento da Avenida Jornalista Alberto Torres com Rua Miguel de Frias. A estrutura deverá observar o uso de concreto, além de pintura para sinalização horizontal e vertical, bem como a instalação de pontos de iluminação.
Etapas - Para obter acesso aos recursos, a Prefeitura de Niterói deverá apresentar um plano de trabalho, cronogramas de desembolso e planos de aplicação junto ao Ministério das Cidades, encarregado de liberar o montante através da Caixa Econômica Federal. Além disso, o Município precisará articular um valor de contrapartida de R$ 79,0 mil para realizar a proposta, que possui um prazo de vigência com início no dia 1º de março e término em 30 de novembro deste ano.
Outra diretriz para efetivar a ciclovia é não possuir “débito em mora ou situação de inadimplência com o Tesouro Nacional ou qualquer órgão (...) da Administração Pública Federal, que impeça a transferência de recursos oriundos de dotações consignadas nos orçamentos da União (...)”, situação alcançada por Niterói na última semana, quando após um período de quatro anos, o Município saiu do Cadastro Único de Convênios (Cauc), o ‘Serasa’ das Prefeituras.
A disponibilização de recursos por meio de emenda parlamentar é regulamentada pelo Decreto Federal nº 6170/07, que regulamenta os convênios, contratos de repasse e termos de cooperação celebrados pelos órgãos e entidades da administração pública federal com órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, para a execução de programas, projetos e atividades de interesse recíproco envolvendo a transferência de quantias do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União.
No Orçamento Anual de 2013, previsto para ser votado pelo Congresso até a próxima semana, o deputado Rodrigo Maia possui outra emenda destinada a Niterói. Nessa, o parlamentar busca viabilizar pouco menos de R$ 1 milhão para ações focadas na área de saúde.

O FLUMINENSE

Prefeitura de Niterói define trajeto para a TransOceânica

Por: Bruno Uchôa 10/03/2013

Obras terão início em 2014 e município já trabalha no projeto do BRT da Zona Norte. Recursos são provenientes do PAC, diz secretária de Urbanismo, Verena Andreatta

As obras para a implantação da TransOceânica, que ligará o Engenho do Mato a Charitas, devem começar até o próximo ano. A informação foi confirmada pela secretária de Urbanismo, Verena Andreatta. Os recursos para a obra, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), foram anunciados na quarta-feira pela presidente Dilma Rousseff. Serão R$ 292,3 milhões.
O BRT terá 9,3 quilômetros de extensão, seguindo o trajeto da Avenida Francisco da Cruz Nunes, com previsão de quatro pontos de parada, além dos dois terminais e a construção do túnel Charitas-Cafubá. A secretária informou que a Pasta está trabalhando no projeto executivo do BRT.
“Nós concluiremos o projeto ainda este ano e as obras devem começar em 2014. Os recursos foram liberados e vamos começar as negociações com a Caixa para liberação dos recursos”, disse Verena.
O BRT começará na interseção da Avenida Francisco da Cruz Nunes com a Avenida Irene Lopes Sodré, próximo ao 4º Grupamento Marítimo, onde será erguida a Estação Terminal do Engenho do Mato. A segunda estação está planejada para ser construída na interseção entre Francisco da Cruz Nunes e a Avenida Central, perto de um posto de gasolina.
O terceiro ponto, Estação Piratininga, está previsto para uma área próxima ao Itaipu Multicenter. De lá a próxima parada do BRT segue o encontro entre a Francisco da Cruz Nunes e a Avenida Conselheiro Paulo de Mello Kalle, junto ao DPO da 1ª Companhia. A quinta estação será implantada na Praça do Cafubá e a estação terminal será ligada às barcas em Charitas.
Para evitar processos mais longos de desapropriação de imóveis, um segundo trajeto está sendo estudado pela Pasta. A alternativa ligaria as estações da Praça do Cafubá e do Itaipu Multicenter através da Avenida Raul de Oliveira. Segundo a Secretaria de Urbanismo, a construção do BRT irá reduzir a distância entre Região Oceânica e Charitas de 18 quilômetros para 10,5 quilômetros.
Os ônibus devem viajar a uma velocidade de 50km/h e tempo gasto para percorrer toda extensão da TransOceânica será de aproximadamente 20 minutos. Hoje, segundo a Secretaria de Urbanismo, os motoristas gastam 1 hora e 15 minutos de ônibus e 50 minutos de carro para fazer o trajeto completo. “Hoje é uma demanda de quem mora em Itaipu e no Engenho do Mato, não perder tempo de suas vidas no transporte e não demorar horas para chegar ao Centro. Os bairros da Região Oceânica vão ter opção de transporte com qualidade”, disse Verena.
A secretária de Urbanismo disse também que o projeto inclui a construção de uma ciclovia em toda a extensão da TransOceânica. As estações também terão espaços para estacionar as bicicletas. Porém, a passagem das bicicletas por dentro do túnel de 1,3 quilômetro ainda está sendo estudada. Uma das preocupações, diz Verena, é evitar os acidentes e atropelamentos na via, como ocorreu na implantação do BRT na cidade do Rio.
“O que acontece é que a infraestrutura nasce de forma dissociada do entorno. Aí a pessoa tem que atravessar uma rua para chegar à estação e acaba atropelada. A culpa é da pessoa? Não. Queremos trabalhar projetos específicos no entorno destas estações para que (a população) chegue com conforto e segurança às estações atravessando a rua com segurança e semáforos bem planejados. As vias transversais vão ter que ser pensadas de forma planejada”, afirmou o subsecretário Renato Barandier.
TransNiterói – A construção da TransOceânica não vai resolver o problema do trânsito na cidade. Segundo Verena Andreatta, apenas com a implantação também da TransNiterói o fluxo da população dentro da cidade poderá ser equacionado. O segundo BRT ainda está sendo planejado. A expectativa da Pasta é que as obras para o corredor exclusivo sejam iniciadas em 2015. A TransNiterói será ligada à TransOceânica na estação situada no DPO da 1ª Companhia e chegaria à Alameda São Boaventura via Largo da Batalha.
Segundo Verena, os dois BRTs vão desafogando o trânsito da cidade, melhorando a qualidade de vida também nos bairros centrais. “Queremos animar as pessoas a usarem o novo sistema de transporte público. Queremos que todas as pessoas que se locomovem de automóvel não cruzem a cidade, que está densa e não aguenta mais trânsito em regiões com o Centro e Icaraí. São Francisco, Bairro de Fátima e Santa Rosa também serão bairros com melhor qualidade de vida após essas vias”, afirmou a secretária.
Outra consequência da construção dos BRTs será a mudança da geografia urbana da cidade, afirma Verena. Com acesso mais rápido à Região Oceânica, o objetivo é que haja uma migração da população para aquela região, aliviando os bairros da Zona Sul. “As pessoas querem morar perto destas infraestruturas de transporte. Vão ser avenidas planejadas, com arborização e paisagismo. Essas infraestruturas direcionam o crescimento da cidade. São áreas que podem ser adensadas. A Região Oceânica é a que tem a menor densidade urbana da cidade. Toda infraestrutura de transporte gera valorização”, concluiu Verena Andreatta.

O FLUMINENSE

domingo, 3 de março de 2013

Mudanças à vista: Parque da Cidade vai passar por reformas


Por: Luciana Azevedo 02/03/2013
Agora administrado pela secretaria de Meio Ambiente, o espaço deve ficar melhor e mais estruturado, com reforma de equipamentos e a reabertura de trilhas

Entre as diversas imagens escolhidas por Steve McCurry para compor o calendário 2013 da Pirelli, o mais famoso do mundo, está o Parque da Cidade de Niterói. McCurry, que é conhecido por fotografar áreas de conflito, fotografou um grupo de capoeiristas neste cartão-postal niteroiense. Agora, o local, que já atraía milhares de turistas, deve ficar ainda melhor e mais estruturado. O Parque da Cidade passou a ser administrado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, gerida pelo secretário Daniel Marques.
“Encontramos o Parque da Cidade em completo estado de abandono. Há documentos defasados, trilhas fechadas. Toda a parte ambiental está degradada. Também estamos vendo uma crescente favelização no local. Isso poderia até se tornar uma rota de traficantes. Queremos fazer reformas estruturais a partir da próxima semana. Depois daremos um segundo passo, que vai ser a implantação de um projeto de ecoturismo para fomentar o voo e esportes ecológicos”, explicou o secretário.
O Parque da Cidade oferece aos seus visitantes uma série de atividades. Voo de parapente e asa-delta, parquinho, passeio de bicicleta e trilha, estão entre as atrações do local, que também serve como pano de fundo para ensaios fotográficos.
“É a primeira vez que venho ao Parque. Vim fazer um book, uma espécie de portfólio para eu trabalhar como modelo. Escolhi esse local porque tem uma vista muito bonita e é um dos lugares mais perto de onde fico nos fins de semana. Juntei praticidade com beleza”, contou a estudante Amanda Dini, de 18 anos, que foi fotografada por Samuel Ribeiro, de 47 anos.
Muitos turistas também elegem o local para fazerem seus álbuns de casamento, piqueniques ou simplesmente namorar. Outras pessoas escolhem o parque como ambiente de trabalho. Foi o caso do fotógrafo niteroiense Paulo Belote, de 30 anos, que decidiu fazer um workshopping com alunos do Ateliê da Imagem no parque.
“A professora do nosso curso de moda deu a ideia para eu dar um curso de iluminação externa. A gente trabalha com moda, mas o meu trabalho se estende a bandas, principalmente, bandas de rock. Eu era músico. Tenho uma ligação com o Araribóia Rock e a banda Mouse Feet topou ser o nosso assunto de fotografia. Decidi vir para cá porque já trabalhei aqui, o lugar é bonito e quis trazer o pessoal do Rio para conhecer o local”, explicou Paulo Belote.
Localizado no alto do Morro da Viração, numa altitude de 270 metros, o parque foi inaugurado em 1979 e também proporciona uma bela vista das praias de Piratininga, Itaipu e Camboinhas, da Ponte Rio-Niterói, da Baía de Guanabara e de alguns bairros do Rio de Janeiro. Grande parte dos turistas fica fascinada pelo voo de parapente, que custa em torno de R$ 200. Se os aventureiros de plantão desejarem filmar o passeio, o valor sobe para R$ 300. Instrutor de voo há 14 anos, Alexandre Tavares, de 36 anos, deu dicas sobre o esporte.
“Acho que o sonho de querer voar é uma coisa que vem desde criança, de soltar cafifa. É uma coisa que está dentro do ser humano de explorar coisas que nunca viveu. A gente escuta muitas histórias. Já voei com muita gente que faz hemodiálise, que retirou um seio. E para realizar esse sonho, é preciso fazer uma aula, um voo instrumental antes”, contou o instrutor.
Mas é preciso estar atento a uma das rampas de voo do parque. A rampa localizada à esquerda está com a grade de proteção bastante corroída. O problema gerou indignação no professor Rocine Castelo, de 58 anos.
“Estou vindo aqui pela primeira vez. Tirei fotos maravilhosas. É realmente uma paisagem muito bonita, mas estou indignado com uma grade de proteção totalmente carcomida pela ferrugem. Está tudo enferrujado. Isso representa um risco para o turista. É importante que a administração tome providências antes de uma tragédia”, declarou o professor, que teve sua reclamação ouvida pelo secretário de Meio Ambiente de Niterói, Daniel Marques.
“Estive no parque pessoalmente e vi a degradação do local. Meus funcionários fizeram seis páginas de relatório com toda a problemática do parque. Como disse, vamos começar essa reforma estrutural semana que vem. Trocaremos placas e lâmpadas. O prefeito soube nos ouvir. Agora, precisamos de mais respaldo para colocar tudo em prática”, disse o secretário.
O Parque da Cidade fica aberto para visitação de domingo a domingo, das 9 horas às 18 horas. Mais informações pelos telefones 2610-3157 e 0800-2827755.

O FLUMINENSE

Segundo o ISP, violência aumenta em Niterói

Por: Daniel Braga 02/03/2013

Dados do Instituto de Segurança Pública revelam o aumento da violência na cidade. Somente a região do o Centro registrou queda em crimes como homicídio doloso e latrocínio

Quatro das cinco regiões de registros de ocorrências criminais no município de Niterói apresentaram aumento do número de vítimas de crimes como homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, latrocínio, tentativa de homicídio, lesão corporal dolosa e estupro no último ano, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Estado do Rio.
Com 14,1%, a Região Oceânica apresentou o maior aumento no número de casos, saltando de 453 para 517 registros no período. A localidade foi seguida pela Zona Sul, onde a elevação de 8,6% foi impulsionada pelo aumento de 405 para 440 ocorrências; Jurujuba (+2,9%, passando de 438 para 451); bem como pela Zona Norte (+1,5%, subindo de 796 para 808). Em contrapartida, o Centro demonstrou uma queda de 10,5% nessas ocorrências, que diminuíram de 708 para 633 crimes com essas tipificações entre 2011 e 2012.
Na divisão da quantidade de registros de homicídio culposo ou lesão corporal culposa decorridas contra vítimas de crimes de trânsito, a Região Oceânica indicou uma elevação de 22,4% dos casos, subindo de 267 para 327 circunstâncias nessas condições ao longo de um ano, enquanto na Zona Sul elas passaram de 263 para 288 ocorrências, uma majoração de 9,5% nesse espaço de tempo.
No sentido contrário, o índice de registros de vítimas de crimes de trânsito apontou redução em Jurujuba (-10,5%, de 295 para 264), no Centro (-4,8%, de 580 para 552) e na Zona Norte (-3,7%, 476 para 459).
Bens 
Nos registros de roubos a estabelecimentos comerciais, residências, veículos, cargas, transeuntes, coletivos, bancos, caixas eletrônicos, aparelhos celulares, sequestros, extorsões e estelionato, a Região Oceânica da cidade mostrou um crescimento de 27,1% dos casos, evoluindo de 622 para 791 ocorrências na comparação entre os dois últimos anos. Já na área de Jurujuba as anotações subiram de 486 para 514, um acréscimo de 5,7%.
Por sua vez, Centro (-25,0%, de 2.768 para 2.076), Zona Sul (-15,2%, de 2.096 para 1.776) e Zona Norte (-4,5%, de 1.436 para 1.371) apresentaram declínio na separação dos registros de crimes contra o patrimônio.
Polícia
As ações de apreensão de drogas, armas, execução de prisões, apreensões de menores, recuperação de veículos, além do cumprimento de mandados de prisão mostraram um aumento de 32,4% no Centro (410 para 543); 24,9% na Zona Sul (1.167 para 1.458); e 21,9% na Região Oceânica (314 para 383).
Na Zona Norte (-50,4%, de 1.156 para 573) e em Jurujuba (-20,6%, de 223 para 177), os registros de atividade policial demonstraram queda.
Registro
Casos de vítimas de ameaça, pessoas desaparecidas, auto de resistência e policiais mortos em serviço indicam alta de 21,3%, ao longo de um ano, na Região Oceânica, onde cresceram de 422 para 512 ocorrências. Os registros com essas tipificações declinaram no Centro (-27,3%, de 763 para 554); Jurujuba (-16,2%, de 425 para 356); Zona Norte (-3,7%, de 713 para 686); e na Zona Sul (-0,5%, de 505 para 502).
Total
Na soma de roubos e furtos, o avanço de 1.565 para 1.592 registros elevou em 1,7% os casos na Região Oceânica. Em movimento oposto, os casos no comparativo de 2011 com 2012, no Centro (-24,0%, de 5.963 para 4.528); Zona Sul (-9,6%, de 3.257 para 2.943); Zona Norte (-3,5%, de 2.405 para 2.319); e Jurujuba (-1,4%, de 1.025 para 1.010) declinaram.
Reforço
Em janeiro deste ano, a Prefeitura de Niterói viabilizou junto ao Ministério da Justiça a assinatura de um termo para instalação do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), composto forças de segurança das esferas municipal, estadual e federal para o combater a violência e a insegurança na cidade.
Entre as propostas do GGIM está a criação do Centro Integrado de Segurança Pública, a ser construído em parceria com o Governo do Estado. O espaço deverá contar com câmeras de monitoramento que vigiarão vias do município e permitirá maior integração entre as polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal, bem como com o Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal para reforço da segurança na cidade.

O FLUMINENSE